O secretário Robson Damasceno recebeu neste quinta feira (11) representantes do povo indigena Karitiana. A Terra Indígena Karitiana apresenta-se como um quadrilátero localizado inteiramente no município de Porto Velho. A comitiva indigena se deslocou aproximadamente 100 km dentro de Porto Velho, haja vista o acesso à única aldeia Karitiana é feito pelo asfalto da BR-364, na altura do quilômetro 50 da rodovia inicia-se uma estrada de terra de cerca de 45 km que leva, pelo meio da floresta, à aldeia. O objetivo desta reunião foi apresentar o projeto para construção de uma grande Oca Karitiana no interior do Parque Natural. O projeto contempla a metodologia das construções antigas, erguidas com troncos, cipó e palha de babaçu– ambi atyna, “casa redonda”. Segundo os índios a construção demandará muito esforço e apoio de indios mais velhos que ainda guardam a cultura referente a essas imponentes construções.
OCA SERÁ PARA EXPOSIÇÃO
A ideia central do projeto é que o artesanato, bastante diversificado e produzido por todas as famílias da aldeia, seja comercializado nas dependências da Oca do Parque Natural, nos mesmos moldes de como já atua a Associação do Povo Karitiana (Akot Pytim’adnipa), em feiras permanentes e esporádicas de artesanato na capital de Rondônia e outras cidades da região.
O volume de vendas poderá ser muito rico em função, principalmente, do fluxo de turistas que visitam Porto Velho e também pela presença das famílias Porto velhensses que visitam o Parque.
Os Karitiana vêm buscando alternativas para expandir as praças de comercialização de sua cultura material. O modelo de apropriação dos lucros obtidos na cidade espelha aquele das atividades produtivas: cabe a cada produtor e sua família o resultado monetário da venda dos gêneros agrícolas: isso porque o artesanato é uma atividade da qual se ocupam homens, mulheres e crianças. O mesmo pode ser dito do comércio do produto – as etiquetas de identificação e preço das peças em exposição trazem sempre o nome do artesão –, ainda que uma pequena parcela do valor seja retido pela Associação, que assim mantém-se em funcionamento.
Esta prerrogativa da Associação aponta, ainda, para uma tentativa, entre os Karitiana, de administrarem coletivamente os problemas que se apresentam hoje. No entanto, se a iniciativa de assembléias gerais do povo – realizadas na aldeia, com a presença de praticamente todos os adultos – cabe aos jovens dirigentes da Associação, durante as reuniões a estrutura política vigente na aldeia é desvelada na crucial importância dos discursos dos homens mais velhos – especialmente do pajé e do chefe tradicional, byj – e na participação ativa das mulheres no processo decisório.
FONTE - SEMA