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ALERTA
Semeia 2020 destaca queimadas e sua relação com as mudanças climáticas

05/Jun/2020 - 12:25

O uso do fogo faz parte da nossa vida desde de quando nossos ancestrais moravam em cavernas. O tempo possibilitou seu uso para diversas outras atividades, como cozimento, agricultura entre outras atividades industriais, por exemplo. Existem regiões do mundo que a queimada natural da vegetação acontece anualmente, e isso é tão comum que existem plantas que se especializaram em quebrar a dormência de suas sementes, apenas quando ela recebe o calor oriundo do fogo, assim ela prospera sozinha, enquanto outras plantas só surgirão quando o solo estiver sem cinzas e com mais nutrientes. Trata-se de uma estratégia evolutiva (ZIRONDI, 2015). Já na floresta amazônica que possui alto teor de umidade, queimadas naturais, não acontecem. Para que ocorra um incêndio florestal em uma floresta tropical como a Amazônia, que a umidade passa dos 90%, é necessário que seja intencional.

Grande parte da motivação para a realização de queimadas na região, é para limpeza de pasto na área rural, já na área urbana o uso é para limpeza de terrenos baldios ou sem ocupação e folhagem nos quintais. Não importando sua origem, as queimadas no Brasil são consideradas crime por diversos motivos. Alguns deles são: o descontrole do uso do fogo, atingindo áreas maiores que o planejado, queimando assim vegetação nativa em período de seca - a fumaça provoca doenças respiratórias de médio e longo prazo, até alterações do DNA que levam ao surgimento de tumores cancerígenos - deteriora os nutrientes do solo, deixando-o pobre em nutrientes, podendo surgir erosões e impedindo que a vegetação se regenere – a fumaça oriunda de grandes queimadas, quanto mais escura, mais tóxica ela é, e esses compostos contribuem para o aquecimento global, consequentemente para a mudança climática - animais morrem agonizando com a fumaça, quando não são atingidos diretamente pelo fogo e perecem encurralados – os ventos podem transportar essa fumaça para outras regiões do país e do mundo, contribuindo para a poluição do ar em todo o planeta.

A floresta amazônica possui a maior biodiversidade do mundo – ou seja, a floresta possui uma quantidade incontável de diferentes animais e plantas das quais muitas delas, ainda desconhecidas pela ciência. As unidades de conservação existem para preservar algumas das características mais relevantes de certas regiões, como beleza única, habitat de espécies raras, regiões peculiares como as de ecótonos, entre outras características descritas segundo o SNUC (Sistema de Nacional de Unidades de Conservação). Essas áreas são, em sua maioria, da união e são constantemente alvo de grilagem, extração ilegal de madeira e de contrabando de animais silvestres, que muitas vezes sofrem verdadeiras torturas, sendo enviados para outros países em potes fechados com pouco oxigênio, e muitos deles, tem suas patas e asas, focinhos ou bicos amarrados durante todo o processo, podendo levar dias, nessa posição. Muitos morrem no processo.

Não podemos esquecer que a natureza não conhece fronteiras. E os continentes e florestas estão ligados e complementam-se. Em uma pesquisa em parceria com Brasil, Estados Unidos e Alemanha, sobre mudança climática, foi identificado grãos de areia do deserto do Saara depositado em folhagens, que acabam por servir de nutrientes (principalmente o fósforo) complementares para a floresta e são responsáveis por cerca de 80% das chuvas que caem na região (SILVEIRA,2018). Assim como tudo se complementa, a floresta Amazônia também colabora na regulação do clima de todo o planeta, considerando a umidade que ela transporta. (assista ao vídeo da NASA – Satellite tracks Saharan Dust to Amazon in 3-D: https://www.youtube.com/watch?v=ygulQJoIe2Y).

Manter a floresta viva e em boas condições de forma geral se trata de sobrevivência não só dos outros animais, mas também da espécie humana, que depende diretamente da natureza para comer, beber, usar, possuir, viver. Não queimar é vital para que o ciclo da natureza se mantenha. Este ano o mundo tem um motivo a mais para não queimar: a pandemia ocasionada pela COVID-19 que trata-se de uma doença respiratória, que pode levar à morte em casos graves e intensificar o sofrimento para aqueles infectados cujo o sintoma é falta de ar.

Estudo realizado por cientistas da Universidade de Bolonha, na Itália, detectou o novo Coronavírus em partículas de poluição do ar. Foi estabelecida uma possível relação entre maior taxa de infecções e as cidades mais poluídas. Partículas no ar advindas da poluição facilitam a propagação via aérea de vírus e outros agentes nocivos à saúde. Um estudo de 2020 realizado na Escola de Saúde Pública de Harvard concluiu que pacientes que se encontravam em áreas com uma maior poluição do ar, possuíam o risco de óbito elevado em 15%. Publicação científica demonstrou que as partículas poluentes com tamanho reduzido (MP2,5), aumentam as chances de morte pelo vírus da Covid-19, pois facilitam complicações como hipertensão, diabetes, doenças cardíacas e problemas respiratórios. Dados da Organização Mundial da Saúde dão conta que 7 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência direta da poluição do ar! (IFRO,2020).

São consequências das queimadas:

Compromete o solo;

Desequilibra o clima de uma região e influencia o clima de outras;

Diminui a oferta de água no planeta;

Destrói a vegetação e mata os animais;

Aumenta a temperatura do planeta (efeito estufa);

Fagulhas podem cair sobre a vegetação seca por falta de chuvas;

As queimadas trazem sérios problemas à saúde humana porque pioram a qualidade do ar. (IFRO,2020)

Todo cuidado é pouco!

Evite jogar bitucas de cigarro no chão;

Não solte balões;

Não faça fogueiras próximas à vegetação;

Não use o fogo para limpar terrenos;

Não queime móveis ou lixo;

Capine a área perto de sua casa;

Molhe faixas de terra seca. (IFRO,2020).

Entre todas as informações e recomendações que nos sãos apresentadas, aquela que mais nos faz refletir é aquela em que nos colocamos no lugar do próximo. Daquele que precisa da natureza para sobreviver diretamente como ribeirinhos e comunidades indígenas, daqueles colegas que se expõem ao COVID-19 por muitos de nós, daquele que provavelmente serão expostos a fumaças e sofrerão as consequências pela falta de sensibilidade do outro, daqueles que lutam diariamente à frente do meio ambiente e da saúde por todos nós.

Portanto, o que podemos fazer para ajudar? Não queime e fique em casa se puder. O mínimo que é feito em coletivo, se torna muito.

Referências:

As queimadas e seus malefícios para a saúde de infectados pelo COVID-19. Instituto Federal de Minas Gerais. Campus Rio Pomba. 2020. Acessado em: 05 de junho de 2020 as 11:37. Disponível em: https://www.ifsudestemg.edu.br/riopomba/institucional/extensao/projetos-e-programas/projetos-edital-2020-06/conscientizacao-ambiental-em-tempos-de-covid-19/cartilha-1/cartilha-1

ZIRONDI, Heloiza Lourenço. O fogo quebra a dormência e aumenta a germinação de espécies de cerrado?. 2015. 27 f. Trabalho de conclusão de curso (bacharelado - Ciências Biológicas) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, 2015. Disponível em: .

SNUC

SILVEIRA, Evanildo da. Como o deserto do Saara participa do regime de chuvas da Amazônia, a 5 mil km de distância. São Paulo. BBC Brasil. 2018. Acessado em: 5 de junho de 2020. Acessado em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43360970.

BRASIL. Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. Ministério do Meio Ambiente – MMA. Lei nº 9.985 de 18 de Julho de 2000 - Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. 2000.

Autor: Lucinara Camargo/ DGPA/SEMA

Fotos: Greenpeace, Nacões Unidas, Sema.

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